5 a.m.

acabo de ouvir cinco badaladas . sim, são precisamente 5h da manhã e eu continuo mais desperta que os animais noctívagos . fiquei a pensar no que me disseste há umas horas atrás . parece que carreguei em algum botão de replay porque repete-se constantemente dentro da minha cabeça .

"- acho que não mereces o que te dou, o quanto gosto de ti" . ouvir estas palavras, tenho de confessar, gelou-me o coração, penetrou na minha mente e de lá já não saiu . continua a repetir-se e a fazer-me aperceber de que provavelmente tens toda a razão . não sei a pessoa em que me tornei, às vezes não reconheço a pessoa em que o meu ontem me tornou hoje, mas sei que não quero magoar-te .

"- já pensaste em como irias sentir-te se a pessoa de quem mais gostas te dissesse que não acreditava no que realmente sentes por ela ? pelo menos, tu tens a certeza de que gostas de mim ?" . respondi-te de forma impulsiva que sim . disso tinha a certeza, e tenho . ou será que não ? porque será que estas dúvidas persistem constantemente na minha cabeça ? porquê ? estou farta de as tentar suportar e de as tentar afastar para bem longe, mas elas parecem não querer deixar-me a nenhum custo . paro por uns segundos e lembro-me ...

"- cada vez gosto mais de ti, cada vez mais quero estar contigo . se tu me deixasses agora, eu não iria ficar nada bem, eu não quero que isso aconteça" . e é neste momento que o meu coração começa a bater mais forte, de novo, a voz começa a falhar, as palavras começam a escassear e os olhos começam a brilhar, já lacrimejantes, enquanto o meu cérebro se esforça para funcionar correctamente .

são precisamente 5h49, e enquanto tento fechar os olhos para deixar de pensar e finalmente adormecer, isto é o que de mais racional vem à minha mente, sabes: eu adoro-te, ainda que seja a pior pessoa do mundo e não mereça nada, por favor, não desistas de mim . por favor .

i'm sorry, P.